Quando falamos de terça-feira no pelourinho, os que conhecem lembram da Terça da Benção, dia de festividades com eventos em diversos largos, bares e praças. Mas na entrada do Pelô, quando se chega a Praça da Sé, a música que ecoa é o hip-hop da caixa de som dos grupos de break que se encontram no local toda terça. "É como um encontro dos grupos de dança de rua", afirma Ananias Break que há seis anos coordena o encontro no Centro Histórico.
A maioria dos participantes são de bairros do subúrbio da cidade, turistas que se identificam com a música também apresentam seus passos, mas acabam sendo supreendidos pelo estilo particular da break baiano que mistura os ritmos locais às batidas do hip-hop. "Muitos turistas chegam para assistir, alguns acabam participando da roda querendo tirar onda e acabam se perdendo porque o break da Bahia é único, a gente mistura break com berimbau, faz o break instrumental, são várias misturas, mas a roda é livre e qualquer pessoa pode dançar" afirma Ananias, lembrando que também é comum os capoeiristas participarem da roda de dança de rua, o que acabou gerando o estilo Capobreak.
As misturas também são encontradas quando o assunto é idade, jovens de 14 à 16 anos apresentam seus passos junto com os mais velhos, uns aprendendo com os outros e sempre mantendo o respeito e a dedicação do break. O jovem Renato começou a dançar com 14 anos em uma aula de dança de rua em sua escola, dois anos depois ele ainda recebe conselhos do professor Ananias, " tem que treinar mais viu, você tá novo e pode melhorar muito, tem que treinar".
O espaço do break em salvador vem crescendo e este ano o Grupo Independentes de Rua, do professor Ananias, conquistou um espaço para apresentação no Quarta que Dança, projeto da Fundação Cultural que abriu espaços para grupos de dança da cidade.
Texto: Lucas Barbosa/Menino do Pelô
Foto: Ananias Break
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