domingo, 29 de junho de 2008

2 de julho, a batalha da Bahia passou Pelo Pelô - Parte II




A batalha pela Independência da Bahia começa a tomar forma nos primeiros meses de 1822 quando o brigadeiro português Ignácio Luiz Madeiro de Mello, Comandante das Armas da Província da Bahia, pede de forma insistente às cortes portuguesas “Forças da Europa para conservar o Brasil”. Seu pedido foi atendido em 18 de março quando chegou ao Porto de Salvador o navio São José Americano conduzindo tropas portuguesas.

Com a cidade ocupada por tropas portuguesas, um grande número de pessoas abandonou a Salvador e partiu para as cidades e vilas do Recôncavo. O principal local de organização da resistência foi a cidade de Cachoeira, de onde saiu as tropas libertadoras. O capitão-mor de Cachoeira informou ao brigadeiro Madeira de Mello a existência de três partidos organizados na Vila, o partido dos Brasileiros, o dos Europeus e o dos Negros, ressaltando que este último era o mais perigoso. A participação popular foi a força decisiva para a vitória dos baianos.

Outro lance espetacular da guerra aconteceu sobre o patrocínio do general Lima e Silva que, liderando uma tropa de 200 homens enviada pelo príncipe D. Pedro, desembarcou em Alagoas e viajou por terra até chegar a Feira de Santana onde treinou a tropa para a batalha. Os confrontos se estenderam durante meses em diversas partes da Bahia, no povoado de Conceição, na Ilha de Itaparica, em Itapuã, em Pirajá (onde ficou famosa a atuação do Corneteiro Lopes que contrariando a ordem de tocar o toque de recuar tocou o de atacar e degolar, crucial para a vitória dos baianos). Os portugueses, perdendo em todos os flancos, se amotinaram no largo do Campo Grande onde foram massacrados por brasileiros que chegavam do Garcia, da Vitória, Federação, Nazaré e Estrada da Liberdade.

A participação feminina e popular foi marcante nessa guerra que se travou sendo vencida pelos brasileiros no dia 2 de Julho de 1823, viraram heroínas a Sóror Joana Angélica, madre superiora do Convento da Lapa e Maria Quitéria, que se transverteu em homem para entrar na guerra, além da infinidade de heróis anônimos que deram seu sangue nessa luta que vai consolidar a separação entre Brasil e Portugal.

As marcas da guerra que se encerrou no dia 2 de Julho de 1823 está presente de forma marcante no cotidiano soteropolitano, em nomes de ruas e bairros, como Pirajá, Liberdade, 2 de Julho, Joana Angélica e tantos outros exemplos.
Texto: Álvaro Queirós/Menino do Pelô

sábado, 28 de junho de 2008

Educação através da capoeira


Na próxima segunda-feira (dia 30) a capoeira entra em debate na abertura do curso "Capoeira – Educação para a Paz" que acontecerá no Forte de Santo Antônio Além do Carmo. O evento começará as 14h30 com um debate e a palestra "Quem educa marca o corpo do outro" dirigida pela educadora Fátima Freire. O curso visa incluir a capoeira no currículo educacional, preparando os professores para fortalecer o vínvulo dessa arte com a educação dos alunos.

"Nossa forma de aprender está marcada pela maneira como fomos iniciados nos nossos primeiros contatos com o mundo das coisas e com o mundo das pessoas. Como fomos ensinados a olhar, a falar, a tocar e a perceber as cores e odores do mundo que nos cerca", explica Fátima Freire. Este projeto faz parte da implementação da Lei Federal Nº. 11.645/2008 que estabelece no currículo oficial da Rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena".

São 80 vagas em duas turmas, com carga horária de 160 horas. Para participar os capoeiristas devem ser indicados por mestres de grupos de Salvador e região metropolitana. As aulas serão realizadas de segunda à sexta-feira, das 14h às 18h, no Forte de Santo Antônio Além do Carmo. Um dos módulos do curso será dado por Maurício José Teixeira, o Mestre Louro, que vai tratar de capoeira e inclusão. "Vou levar o educador-capoeirista a refletir sobre a inclusão das pessoas portadoras de necessidades especiais, para que todos sejam acolhidos no jogo", diz.

Para a historiadora Vanda Machado, idealizadora do projeto, "o curso trata de um processo de acolhimento, incluindo diferenças de idade, gênero e possíveis portadores de deficiências e necessidades especiais, considerando a saúde como um bem a ser cultivado individual e coletivamente".

O quê: abertura do Curso "Capoeira – Educação para a Paz"
Quando: 30.06 (segunda-feira) – 14h30
Onde: Forte de Santo Antônio Além do Carmo
Inscrições: das 13h às 17h, diretamente no Forte de Santo Antônio Além do Carmo. O capoeirista deve ser indicado pelo Mestre através de carta, e apresentar carteira de identidade no momento da inscrição.
Mais informações: (71) 3117-1488/1492 ou através de
Texto: Lucas Barbosa/Menino do Pelô
Foto: Carf

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Câmeras para segurança


Em alguns meses o Pelourinho, o Campo Grande, a Piedade e mais outras 21 regiões da cidade serão monitoradas por 20 câmeras móveis e quatro fixas, que farão parte dos Gabinetes de Gestão Integrada Municipal - GGIM. O acordo para liberação dos recursos para o programa será assinado em Brasília, pela Prefeitra Municipal e o Ministério da Justiça. A verba de R$ 1,043 milhões será liberada pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci)

O sistema será integrado pela prefeitura, autoridades da segurança pública e defesa social, policiais civis, militares e Corpo de Bombeiros, além de representantes do Ministério da Justiça, coordenador estadual do Pronasci, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e o Secretário Executivo do GGIM.

As outras áreas que serão monitoradas são: Terminal da França, Praça Cayru, Parque da Cidade, Jardim dos Namorados, Estação da Lapa, Rodoviária de Salvador, Sete Portas, Farol da Barra, Porto da Barra, Lagoa do Abaeté, Estação de Mussurunga, Estação Pirajá, Terreiro de Jesus, Ferry-Boat, Comércio, Liberdade, Baixa dos Sapateiros, Mercado Modelo, Itapuã, Avenida Sete e Estação Iguatemi.

Texto: Lucas Barbosa/Menino do Pelô
Foto: Betotester

2 de Julho, a Batalha pela Bahia Passou Pelo Pelô – Parte I


O 2 de Julho, data da celebração da Independência da Bahia e consolidação da Independência do Brasil é o ponto alto de um processo que se inicia anos antes, com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil. Antes da instalação do reino no Rio de Janeiro, D. João assina aqui na Bahia, por influência do político liberal baiano Visconde de Cayru, o tratado de abertura dos portos às nações amigas.

Esse período vai ter o Brasil como centro de poder do vasto Império Português, status que seria perdido com a volta da corte para Lisboa. Porém, os brasileiros liderados pelos comerciantes de grosso trato não queriam ver restabelecidos os tempos e termos do pacto colonial, onde as colônias eram obrigadas a comercializar todas suas mercadorias através das metrópoles européias. Os comerciantes portugueses queriam justamente o contrario: restaurar a submissão do comércio brasileiro aos seus interesses. Os interesses conflitantes de dois grupos distintos de comerciantes, portugueses e baianos, foi o principal motivador
da guerra da independência da Bahia.

A volta rei D. João VI a Portugal, em 1820, foi uma das exigências da Revolução do Porto e parecia o inicio do processo de retomada dos termos do Pacto Colonial. A própria permanência de seu filho D. Pedro como Príncipe Regente era um claro sinal da tentativa de manter o Brasil submisso aos interesses metropolitanos. A pressão dos latifundiários e comerciantes brasileiros sobre D. Pedro para manter a autonomia usufruída durante a permanência da Família Real Portuguesa no Brasil se materializa com a permanência do príncipe no país, que teve como marco o Dia do Fico em janeiro de 1822 e culminou no grito do Ipiranga, em 7 de setembro do mesmo ano, realizando assim a proclamação da Independência do Brasil.

Mas quem pensa que a partir desse momento os portugueses se deram por vencidos, aceitando prontamente a extinção dos privilégios comerciais que tinham na sua mais importante colônia, se engana. Eles desistiram e a Bahia foi o palco da batalha que consolidou a autonomia do Brasil perante sua antiga metrópole, como nos disse de forma bela um dos maiores historiadores do Brasil, Braz do Amaral em sua História da Independência da Bahia:

“A campanha de independência (da Bahia, o 2 de Julho) é o primeiro ato de valor e a primeira prova de vigor e de capacidade dos brasileiros e o acontecimento de relevo digno de figurar na história de uma nacionalidade, porque forma o vinco de uma poderosa ação.

Sem ela, apenas os dois ditos do Fico e do Ipiranga que são apenas frases pronunciadas pelo príncipe D. Pedro, forçoso seria confessar ter sido a nossa independência uma cousa das que são referidas como quase banais, por deficiência de altruísmo e de provas de valor e grandeza”.

Texto: Álvaro Queirós/Menino do Pelô

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Fachadas homenageando a Independência da Bahia



O Concurso de Fachadas do 2 de Julho já foi lançado pela Fundação Gregório de Mattos e premiará as melhores decorações das casa que fazem parte do tradicional circuito (Lapinha ao Terreiro de Jesus) da festa que lembra a Independência da Bahia.

Os juizes do concurso avaliarão a criatividade dos participantes para demonstrar o orgulho de ter nascido no único estado do país que alcançou a independência. O julgamento será realizado durante o cortejo e os proprietários das melhores fachadas ganharão prêmios em dinheiro, sendo R$ 3,5 mil para o primeiro colocado, R$ 2,5 mil para o segundo e R$ 1,5 para o terceiro. Para participar não é necessário se inscrever.

O resultado será divulgado nos principais jornais e emissoras de tv do estado a partir do dia 21 de julho. Para receber os prêmios os vencedores deverão apresentar os seguintes documentos: xérox do RG e do CPF, comprovante de endereço, Pis ou NIT e cabeçalho do extrato bancário, onde constem nº da conta, nº da agência e nº do banco.
Texto: Lucas Barbosa/Menino do Pelô
Foto: Muacy2002

História conservada no Mosteiro de São Bento



Algumas das raras obras que compõem o acervo de mais de quatro séculos da biblioteca do Mosteiro de São Bento serão restauradas conforme acordo firmado com a Secretaria Estadual de Cultura. Escritos entre o século 16 e o 18, estão entre os livros que serão recuperados os cinco volumes de Os Sermões do Padre Antônio Vieira, Seleção de Questões Disputadas sobre a Metafísica e os Ensinamentos de Aristóteles (de 1685) e Theatro Crítico de Freijoo (de 1876).

O projeto de restauração custou R$ 295 mil e parte do investimento será destinada a modernização da biblioteca do Mosteiro que também acabou de receber uma doação de 8 mil livros do acervo particular de um intelectual baiano.
Foto: BMSB
Texto: Lucas Barbosa/Menino do Pelô

quarta-feira, 25 de junho de 2008

São João Passou mas a Festa não Acabou




Foram cinco dias de muita animação no São João do Pelourinho, após muito arrasta pé e dezenas de apresentações artísticas que acenderam a fogueira do centro histórico, os turistas e baianos que curtiram os festejos juninos em Salvador terão um tempinho pra tomar folêgo e recuperar as energias.
As atrações da noite de ontem encerraram as comemorações de São João, mas não deram fim a festa. No sábado (dia 28) o forró continua com diversas atrações homenageando São Pedro.
Confira a programação para os próximos dias:
DIA 28
Sarapatel com Pimenta. Horário: 20h às 22h
João Sereno. Horário: 22h à 0h
Estakazero. Horário: 0h às 2h
DIA 29
Miguelão do Forró. Horário: 20h às 22h
Colher de Pau. Horário: 22h à 0h

LARGO PEDRO ARCANJO
Dia 28
Balanço do Forró - trio de forró faz abertura da noite. Horário: 20h30 às 22h30
Del Feliz. Horário: 23h às 01h

LARGO TEREZA BATISTA
Dia 28
DJ Davi (Eletrocooperativa). Horário: 20h30 às 22h30
Zabumba de Pneu do Seu Peu. Horário: 23h às 01h
Dia 29
Neto de Procópio - trio de forró faz abertura da noite. Horário: 20h30 às 22h30
Tenison Del Rey. Horário: 23h às 01h

LARGO QUINCAS BERRO D´ÁGUA
Dia 28
Forró da Raqué - trio de forró faz abertura da noite. Horário: 20h30 às 22h30
Edu Casanova. Horário: 23h às 01h

Foto: João Alvarez/Ag. A Tarde
Texto: Lucas Barbosa/Menino do Pelô



terça-feira, 24 de junho de 2008

Tá Danado de Bom !



O São João do Pelô de 2008 foi sem duvida uma grande festa que deve ter atendido as expectativas dos órgãos organizadores do evento. Com uma grande programação musical diversificada a festa agradou tantos turistas quanto aos próprios soteropolitanos, até mesmo algumas pessoas do interior do estado foram encontradas passando o São João no Pelô. Segundo dados parciais publicados pela Bahiatursa mais de 20.000 turistas passaram pelo Pelô durante os festejos juninos.
A grade de atrações musicais foi o grande atrativo para as pessoas, o ecletismo e variedade garantiram praças e ruas lotadas desde o inicio da festa, 13 de junho dia de Santo Antônio, o Santo Junino líder da preferência dos devotos. O forró é o ritmo oficial das festas juninas e marcou presença na programação com grandes nomes do gênero como Aldemário Coelho, Zelito Miranda, Targino Goldin, Vírgilio e outras atrações. Grandes astros da música brasileira como a rainha do Axé Músic, Daniela Mercury, o cantor romântico Daniel, o grupo pernambucano Cordel do Fogo Encantado e o cantor Alceu Valença animaram a platéia do principal palco do São João do Pelô, armado no Terreiro de Jesus.
As praças, sempre cheias e animadas completaram a festa com destaque para as apresentações na Tereza Batista que apresentou nomes da cena alternativa soteropolitana, passaram por lá Lampirônicos, A Volante do Sargento Bezerra, Neto Bala e a Cacimba, Bando Virado no Mói de Coentro e diversos D.J’s. O tradicional Samba Junino também esteve presente no palco armado no largo do Pelourinho.
Na noite de São João, dia 23 de junho, o Pelô ficou pequeno para tanta gente que veio curtir, sendo necessário a Polícia Militar, numa atitude de prevenção, fechar o acesso à algumas praças que estavam lotadas.
A festa continua ainda durante toda semana, já passamos a data de Santo Antônio e agora o São João, ainda virá São Pedro, o padroeiro das viúvas, porteiro do céu e controlador das chuvas que também será homenageado na festa do Pelô.

Texto: Álvaro Queirós - Menino do Pelô


sábado, 21 de junho de 2008

O Centro Histórico de Salvador


Tombado como Patrimônio da Humanidade, na Lista do Patrimônio Cultural em 1985 nos critérios IV e VI que se referem respectivamente a seu excepcional conjunto arquitetônico, que ilustra uma etapa significativa da história da humanidade, o ciclo dos descobrimentos, a colonização da América e a convergência das culturas americanas, africanas e indígenas, que teve em Salvador o principal centro entre os séculos XVI e XVIII, período que a cidade foi também capital do Brasil. O outro critério refere-se à associação do Centro Histórico de Salvador a acontecimentos e tradições vivas, como idéias, crenças, obras artísticas e literárias.
O território do Centro Histórico abrange uma área de 80 ha, que incluindo a Zona Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artistico Naciona - lPHAN, chamada tecnicamente de Zona Tampão, abrange territórios que vão desde o Convento de Sta. Tereza (localizado no Largo 2 de Julho e sede do Museu de Arte Sacra) e Mosteiro de São Bento (localizado na Av. 7 de Setembro), que são os limites Sul, até o Forte de Santo Antônio Além do Carmo, atual Forte da Capoeira e que marco o limite Norte do Centro Histórico. Clique no mapa acima e confira todas as ruas dessa área.
O nome Pelo Pelô surgiu naturalmente sintetizando nossa proposta de abordagem e homenageando Milton Santos, grande geógrafo baiano, negro, um intelectual realmente preocupado com as questões sociais e que debruçou sua genialidade sobre o Centro Histórico de Salvador.
O Pelourinho tem uma história muito rica, mas nosso objetivo é revelar as muitas outras que estão sendo feitas hoje pelos seus largos, casas, ruas e praças.

Gravando !

Homenagem do Olodum ao Rei do Pop, Michael Jackson no Largo do Pelourinho
São diversos vídeos feitos por quem passou e registrou o pelourinho, em seus diversos momentos, cheio de cores e estilos. Estamos pesquisando mais vídeos pela internet para aumentar nossa coleção. Contribua nos enviando uma sugestão >> pelopelourinho@gmail.com