segunda-feira, 31 de maio de 2010
Baianas de Acarajé são afastadas das ruas de São Paulo
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE SÃO PAULO
"Cadê o tabuleiro da baiana do acarajé que ficava aqui?" É a pergunta que José Aldo da Silva, dono do Café Canet, na rua Frei Caneca (região central), mais tem ouvido nas últimas semanas.
A quituteira é a dona Neide Sena Avelino, uma soteropolitana que, diante da concorrência, trocou Salvador por São Paulo dois anos atrás.
Legalizada lá, clandestina aqui, ela não imaginava que algo pior que a saturação dos tabuleiros na Bahia a esperava nas ruas paulistanas.
Era o rapa, que apreendeu o que o tabuleiro da baiana tem. Do primeiro ponto, na rua Herculano de Freitas, ela foi para a Frei Caneca, para tentar despis tar os fiscais.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
O Pelô na rota da paz do Oriente Médio
Mas hoje, no ano de 2009 esse dia será por demais especial. Hoje o presidente Lula promulgará em Salvador, na Praça Castro Alves, o poeta dos escravos, o Estatuto da Igualdade Racial, decretará o 20 de novembro como feriado nacional e regularizará a posse de terra de dezenas de comunidades quilombolas.
Além disso tudo um evento internacional ainda marcará essa data para sempre na história: a visita do presidente da Autoridade Nacional Palestina Mahmoud Abbas, na Santa Casa de Misericórdia. No encontro entre ele, o presidente Lula e o governador Jacques Wagner foram firmados acordos de cooperação entre o Brasil e a Palestina.
O mais importante do encontro contudo foi o reafirmação do empenho do Brasil em buscar a paz para região, questão que passa pela moratória dos assentamentos israelenses na Cisjordânia e até um possível reconhecimento da independência de um Estado Palestino, nada mais justo já qu foi sobre a liderança de um brasileiro, Oswaldo Aranha, na Liga das Nações, órgão internacional percursor da ONU, que foi criado o Estado de Israel.
domingo, 8 de novembro de 2009
Perdas do Pelô
O mês dos finados foi particularmente triste para o Pelourinho. Primeiro foi a morte de Neguinho do Samba, inventou do Samba-reggae, ritmo eternizado pelo Olodum e que encantou personalidades musicais como Michael Jackson e Paulo Simon. Neguinho foi o fundador da Escola Didá que abriu o universo da música para meninas do Centro Histórico de Salvador.
O sepultamento de Neguinho do Samba causou grande comoção no Pelourinho, de onde saiu um grande cortejo até o local seu corpo foi enterrado.
No sábado dia 7 de novembro quem partiu foi o cineasta Anselmo Duarte, apesar de ter nascido no interior de São Paulo ele eternizou o Centro Histórico de Salvador no Brasil e no mundo com o filme o Pagador de Promessas, que tem seu desfecho nas escadarias da Igreja do Passo, e até agora o único filme brasileiro a ganhar a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Hoje palco dos shows semanais do cantor e compositor Gerônimo.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Batinha está no Pelô
A apresentação faz parte do Projeto "Tô no Pelô", que finalmente começou, e será executado pelo grupo Botequin, as apresentações serão sempre a partir das 20h e a entrada é franca. Indicado para os fãs e para quem acha que não existe samba de qualidade na Bahia.
Assistam também o belo documentário sobre o cantor e compositor.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Começa o Projeto "Tô no Pelô" com o Festival Big Bands
Depois de mais de um ano do lançamento do edital “Tô no Pelô” finalmente os eventos começaram a acontecer. O Pelo Pelourinho foi prestigiar o “Festival Big Bands” que aconteceu nos dias 24 e 25 de outubro de 2009 e contou com a participação de 12 bandas nos dois dias de evento, entre as atrações quatro foram de outros estados. É louvável o apoio do Estado a eventos que procuram promover expressões musicais não convencionais e dar espaço para artistas emergentes (detesto a palavra alternativa).
Mas como nem tudo são flores o evento teve vários pontos fracos, a qualidade musical das atrações do primeiro dia foi questionável com vários artistas que faziam uma confusa mistura de ritmos que mais parecia axé-music pesado. O maior exemplo disso foi a artista que fechou a noite, Nancy Viégas, acompanhada da Banda Radiola nem eles mesmo pareciam gostar do que estavam tocando. A banda Pastel de Miolos abriu a matinê, um desrespeito para uma banda lendária da cidade e que segundo boatos que circulava na Conferência Municipal de Cultura teriam recebido como cachê dois ensaios em um estúdio sujo da cidade.
O segundo dia a qualidade musical foi melhor, mas como estávamos assustados com qualidade do primeiro dia não chegamos a tempo de ver todas as atrações. A banda goiana Black Drawing Chalks foi uma surpresa com seu som direto e sem frescuras agitou a platéia e abriu bem para a grande atração do festival, a banda Baiana Estrada Perdida, que lideradas por Cebola Elétrica e com performances impecáveis de todos os integrantes agitaram bastante todo o tempo que permaneceram no palco.
Mas fazer show de rock matinê é um desrespeito ao público maduro que acompanha esse tipo de evento e fica impossível não concluir que a escolha por esse horário inconveniente é uma opção para não prejudicar as boates parceiras da produção do evento: Boomerangue e Groove Bar.
Outra coisa, no edital está logo explicito no objeto: “1.1 Constitui objeto do presente Edital a seleção e a concessão de apoio a, pelo menos, 22 (vinte e dois) projetos de grupos, companhias, coletivos, artistas independentes e/ou instituições do campo artístico-cultural do Estado da Bahia, para ocupação de largos, realização de intervenções urbanas e ações artístico-educativas que promovam a cidadania, na região do Pelourinho e adjacências”. Então qual o motivo do festival fazer as palestras e a festa de abertura no Rio Vermelho??? Tomara que a Fundação Cultural não se omita e tome as providências para que as contas se acertem, os equívocos sejam corrigidos, inclusive com a devolução das quantias investidas nas atividades fora do Pelourinho.
terça-feira, 21 de julho de 2009
Tô no Pelô, mas nem tanto!
Venho acompanhado às críticas que são vinculadas com frequência a gestão de Márcio Meireles na Secretária de Cultura do Estado da Bahia. Sempre achei a maioria das críticas fundamentadas, e eu próprio fui vítima de sua gestão incompetente e fraudulenta quando no processo seletivo do IPAC me tiraram na oitava colocação e me colocaram na nonagésima terceira, depois de uma prova de títulos que não aceitaram meus documentos utilizando desculpas infundadas para justificar o apadrinhamento e prática do QI na referida autarquia.
Ano passado eu e um grupo de amigos fizemos projetos para concorrer na modalidade ocupação de largos, o atraso injustificado na divulgação do resultado acabou inviabilizando um de nossos projetos, que tinha como mote o verão, mas com o resultado publicado vimos que tinham projetos mais qualificados que os nossos como o Tributo a Batatinha, Bigbands Festival, entre outros. Resignamos-nos, afinal na Bahia quem não é artista é produtor cultural.
Mas uma coisa ainda causa estranheza, passados seis meses desde a divulgação do resultado, nenhum projeto foi executado, muito menos qualquer contrato assinado, alguns projetos aprovados já ficaram de certa forma anacrônicos, como o “Pelô Pé de Serra” que com certeza sua idealizadora deve o ter concebido para acontecer antes das festas juninas, que mais uma vez foi faraônica no Centro Histórico de Salvador.
Porém, o que mesmo me motivou a escrever esse post e reativar o blog foi a notícia que o grupo de percussão do DF UdiGrudi vai comemorar seus vinte e cinco anos no Pelô, com uma vasta programação, totalmente patrocinada com o dinheiro do Governo do Estado da Bahia. Nada contra o grupo, que eu não conheço e que deve ter um trabalho artístico e social de qualidade, mas enquanto o grupo do DF comemora seu natalício no nosso Centro Histórico o projeto Pelô Percussivo na Oficina de Investigação Musical, proposto pelo Mestre Bira Reis, aprovado no Edital Tô no Pelô, ainda não tece sequer o TAC assinado. Assim sou obrigado a concordar com os que dizem que o Sercretário Márcio Meireles está exterminado com a Cultura na Bahia.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Terça-feira, 10 de fevereiro de 2009 foi o dia que o grupo Maniçoba Hype se apresentou pela primeira vez no Pelourinho, a apresentação divulgada com pompa nos meios de comunicação local e a grande quantidade de convidados anunciados me levaram a ver a apresentação desse grupo.
O espetáculo começou com mais de uma hora de atraso e foi iniciado com um recital de poesias executados por atores da saga baiana contemporânea Ó pai Ó. Eis que depois surge no palco da Praça Tereza Batista um sujeito que parece uma mistura de Michael Jackson, Márcio Vitor e Cazuza na fase terminal: é Robertinho Chaves o líder do grupo Maniçoba Hype. Citando a França e as comemorações do ano da França no Brasil que ocorrerão durante o corrente ano. A banda destilou um repertório de clássicos da música popular brasileira, com destaque para músicas de autores e interpretes baianos, realmente o projeto deve fazer muito sucesso no exterior, no Pelô o público não ficou tão animado nem mesmo quando o grupo apresentou a versão de Edith Piaf em ritmo de salsa.
O astral da festa começou a mudar com a entrada da artista Divina Valéria no palco, como que saindo de uma catacumba, a semelhança de Moon-rá do desenho dos Tandercats e municiada das musicas dos antigos carnavais e muita energia agitou a platéia, com direito a coreografias e corridas meteóricas do palco para o camarote animando o público e os VIPs presentes no camarote.
O Grande momento da noite foi com certeza a chegada do cantor da banda Psirico, que agitou o público atraindo inclusive mais pessoas à praça cantando clássicos do samba de roda baiano e músicas de Dorival Caymi, além de sucessos de sua banda. Também participaram do show o cantor Guiguio do Ilê Ayê e o genérico de Caetano, o sobrinho/clone J. Velloso.
Na próxima terça tem mais, na mesma Praça Tereza Batista, com a participação de Preta Gil e do grupo Motumbá. Podem ir que vale pena que além dos shows tem a maniçoba sendo servida e muita gente legal.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Monumentos do Pelô ganham Vida
É como um grande palco, com você no meio e um gigante Soundround 3D 5.1 canais tocando ao seu redor. Quando toca as músicas, ou ouve-se o som dos diálogos você se sente parte da história. Isso mesmo história !
O Terreiro de Jesus cercado de igrejas e contruções do século XVII tendo um show audiovisual projetado nelas. Fantástico!
Terreiro d’Yesu – Som e Luz é o nome do espetáculo que fez todos os visitantes do Pelô ontem ficarem parados, vendo e ouvindo a história de todos os negros que construíram e vivem no Pelourinho. “Achei muito legal, mostrou várias variações da cultura baiana”, afirma a carioca Mariana Teles que visita pela primeira vez a cidade.
Um espetáculo teatral, sem atores. Imagine você vendo diversas imagens projetadas nas fachadas das igrejas e nos monumentos que entornam o Terreiro de Jesus, acompanhadas por um diálogo teatral entre os monumentos interpretado por nomes como Lázaro Ramos, Jackson Costa, Gideon Rosa, Margareth Menezes, entre outros. Mas sem a presença dos atores. Para o ator paulista Ney Guamer o espetáculo foi muito bonito. “Achei a iluminação muito bonita, o trabalho da música, a sincronia da voz com a música uma coisa bastante impressionante, nunca vi nada parecido em São Paulo ainda mais aproveitando a arquitetura do local. Fantástico!”, completa.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
O Dia das Baianas de Acarajé
A História do Acarajé
Iansã, deusa dos ventos e das tempestades, é a senhora dos raios e dona da alma dos mortos. A ela são oferecidos os bolinhos feitos de feijão fradinho e fritos no azeite de dendê, o acarajé. Segundo a lenda, a deusa dos ventos, mulher de Xangô, foi a casa de Ifá, buscar um preparado para seu marido. Ifá entregou o encantamento e recomendou que quando Xangô comesse fosse falar para o povo. Iansã desconfiou e provou o alimento antes de entrega-lo ao marido, nada aconteceu, quando chegou em casa entregou o preparado ao marido, lembrando o que Ifá dissera, Xangô comeu e quando foi falar ao povo, começaram a sair labaredas de fogo da sua boca, Iansã ficou aflita e correu para ajudar o marido gritando Kawô Kabiesilé. Foi então que as labaredas começaram a sair da sua boca também. Diante do ocorrido o povo começou a sauda-los: Obá anlá Òyó até babá Inà, ou seja, grande rei de Oyó, rei de pai do fogo. Essa história do Candomblé explica o nome do acarajé, que vem do iorubá akárà (bola de fogo) e jè (comer).
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Ó, pai, ó - A serie
Depois de assistir o episódio da ultima sexta de “Ó, pai, ó” vou escrever um comentário. Aqui em Salvador a repercussão da serie foi grande, algumas exageradas que me fez concluir que levaram uma obra de teledramaturgia mais o sério do se deve, ainda mais uma comédia de costumes ambientada no Centro Histórico de Salvador. Não entendi, por exemplo, a citação no Jornal da Metrópole na seção “Não vá, não ouça, não compre”.
No Pelourinho a aceitação da serie é quase total, o que leva a conclusão da identificação dos moradores da região com o texto, como pôde ser visto na edição do Jornal da TV do Jornal A Tarde do dia 22 de novembro. Durante as gravações era comum ver a movimentação de figurantes voluntários nas cenas de festas e outras que exigiam a presença de muita gente, muitas vezes até atrapalhando os trabalhos.
O texto vai além da banalidade abordando até temas sérios de uma maneira leve como o mercado informal, prostituição, a pobreza do povo do Pelourinho e a falta de privacidade existente nessa cidade.
Reginaldo é o personagem mais representativo dos moradores do Pelourinho, é muito fácil esbarrar em um tipo daqueles nas ruas do Pelourinho. O Roque eu considero um chato, impressão reforçada pela interpretação politicamente correta do superstar Lázaro Ramos.
Acho que no final o saldo para o Pelourinho foi extremamente positivo, pois além de aquecer a economia da área durante as gravações ainda desperta o interesse de muita gente em conhecer ou retornar ao Centro Histórico de Salvador e para quem não está gostando, vai um conselho de Raul Seixas, é só apertar o botão para mudar de estação.
Gravando !
São diversos vídeos feitos por quem passou e registrou o pelourinho, em seus diversos momentos, cheio de cores e estilos. Estamos pesquisando mais vídeos pela internet para aumentar nossa coleção. Contribua nos enviando uma sugestão >> pelopelourinho@gmail.com