sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Prefácio para uma Cerveja

Traçar um esboço das características que compõem o Pelourinho é penetrar na dinâmica que rege e constrói sua paisagem e no fim ao qual ela se destina, tarefa estritamente antropológica de cunho filosófico e motivado pela historicidade que não pode se furtar ao entendimento etimológico do próprio termo Pelourinho. Entretanto o Pelourinho palco intermitente das mais diversas manifestações da cultura baiana e do que podemos chamar de verdadeiras raízes brasileiras é sem duvida composto por um tempeiro de raças e costumes que transcendem as muralhas provincianas do nosso olhar desatento. Para isso, contudo,um prefacio para uma cerveja seria sem duvida a forma mais sutil de adentra-se a este tema sem ofuscar o paradigma arquitetônico que passa do barroco ao colonial em meio ao pitoresco quitute que ali é saboreado por turistas de diversos paises e por cidadãos brasileiros ávidos de chuva, suor e cerveja.



CERVEJA

Parei para escrever este verso

Porque a caneta azul sujou

A Camisa branca

Tabuão, rosário e cerveja!

Sentado calado a pensar...

Supostamente na condição humana

Caos e clima quente

Cálido e envolvente

Traços, abraços e solidão!

Aquele abará

Ocorre por um instante

A sensação profunda de prazer

Penso em sorri

Espero o palhaço

Com o olhar a rasgar o nada

O óculo é escuro de mais para

Sobrevoar alem da retina...

É sombrio e a cerveja

Escorre garganta adentro

Na espera lembro de uma cereja

Olho o concreto

Vejo as crianças

Olho o asfalto

Vejo a tremedeira

A mão sobre o copo

Por um instante, um sorriso...

Ninguém entende

E parece que encontrei a luz

Na insignificância de um porque

Penso na Catania e em Taomina

Vejo uma gringa branca

E inegavelmente linda

Que passa sorrindo

Fico besta

O Rosário é dos pretos

A pobreza é dos pretos

A miséria é dos pretos

E estou agora sozinho

E no bar às 11 da manhã

O silencio urbano é comum

Penso d’novo no palhaço

Descarado

Cara de pau

Passa outra gringa

E sorri pra mim

Eu calado consinto,

Seu Valter na cabeça

Um livro de Castro Alves

E espumas flutuantes

No copo

E sobre a mesa.

Poesia do amigo Márcio Carvalho http://www.orkut.com.br/Profile.aspx?uid=11808013624501784657


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Homenagem do Olodum ao Rei do Pop, Michael Jackson no Largo do Pelourinho
São diversos vídeos feitos por quem passou e registrou o pelourinho, em seus diversos momentos, cheio de cores e estilos. Estamos pesquisando mais vídeos pela internet para aumentar nossa coleção. Contribua nos enviando uma sugestão >> pelopelourinho@gmail.com